O vexame da Gamescom Latam para os desenvolvedores indie

Informações Básicas
Se você gosta de uma boa polêmica, nós da GameFoxHub trazemos um dos assuntos mais comentados do momento: o vexame da Gamescom Latam e os problemas enfrentados pelos desenvolvedores brasileiros no evento.
A Gamescom Latam é a versão latino-americana da Gamescom, o maior evento de games do mundo. Dentro dela, existe o BIG Festival, uma área dedicada a aproximar os desenvolvedores brasileiros do público.
No entanto, ao invés de ser uma oportunidade de crescimento para os estúdios independentes, o evento se tornou alvo de críticas devido à falta de suporte e condições precárias oferecidas aos participantes.
[[link]] Falta de incentivo monetário [[link]]
A Gamescom Latam não ofereceu nenhum tipo de auxílio financeiro para os desenvolvedores independentes. Custos como alimentação, transporte e estadia foram totalmente arcados pelos próprios devs, sem qualquer suporte do evento.
Relatos apontam que alguns desenvolvedores chegaram a pagar R$10.000 para expor seus jogos e, mesmo assim, não tiveram direito a água, comida ou sequer um lugar para sentar. Além disso, os expositores foram obrigados a trabalhar por 12 horas seguidas, e caso saíssem de seus stands, eram multados.
O evento também convidou palestrantes sem oferecer nenhum tipo de auxílio, nem mesmo o transporte até o local. Como resultado, muitos desenvolvedores e figuras importantes da indústria recusaram o convite, alegando que não queriam pagar para trabalhar.
[[link]] Problemas no Panorama Brasil[[link]]
O Panorama Brasil é uma área dedicada exclusivamente a jogos brasileiros, com mais de 800 títulos inscritos, dos quais 40 foram selecionados para a feira. No entanto, essa área foi um dos principais alvos de críticas.
Uma das regras impostas pelo evento determinava que nenhum stand poderia ficar vazio, sob pena de multa. Isso afetou especialmente desenvolvedores solo, que não tinham ninguém para cobrir seus espaços enquanto precisavam comer ou atender necessidades básicas.
Para estúdios maiores, o problema foi a falta de cadeiras. Cada stand recebeu apenas duas cadeiras, forçando os desenvolvedores a ficarem em pé por horas ou a fazer uma espécie de "dança das cadeiras" para revezar quem poderia descansar. Alguns optaram por sentar no chão, exaustos após longas horas de exposição.
Além disso, havia funcionários específicos patrulhando o Panorama Brasil, garantindo que nenhum stand ficasse vazio e aplicando multas aos desenvolvedores que saíssem por qualquer motivo.
[[link]] Desrespeito com os vencedores [[link]]
Nem mesmo os jogos premiados escaparam dos problemas. Muitos dos títulos indicados como melhores da feira não receberam um stand próprio, apenas uma máquina para demonstração.
Os desenvolvedores desses jogos não tinham espaço adequado para interagir com o público, dificultando a comunicação e impactando negativamente suas oportunidades de negócios.
[[link]] Problemas na imagem dos jogos brasileiros[[link]]
Outro ponto levantado pelos desenvolvedores foi a falta de reconhecimento dos jogos brasileiros. Nenhum título nacional foi escolhido nas categorias de Melhor Jogo Latam ou Melhor Jogo do Evento.
O problema não está apenas na ausência de jogos brasileiros entre os vencedores, mas na falta de transparência nos critérios de seleção. Muitos desenvolvedores acreditam que não houve uma avaliação justa, e que os títulos foram escolhidos sem um processo claro.
[[link]]Segurança precária e custos extras[[link]]
Além dos problemas estruturais, a segurança do evento também foi alvo de críticas. Os desenvolvedores que precisavam guardar seus pertences para o dia seguinte tinham que pagar R$200 para alugar um armário com cadeado.
A opção gratuita oferecida não tinha tranca, e qualquer item furtado não era responsabilidade do evento. Além disso, televisões e extensões elétricas eram cobradas separadamente, aumentando ainda mais os custos para os expositores.
[[link]]Funcionários internos também reclamam[[link]]
Não foram apenas os desenvolvedores que sofreram com as condições do evento. Funcionários contratados pela Gamescom Latam relataram que receberam menos do que no ano anterior, apesar de serem obrigados a trabalhar mais horas.
A quantidade de pessoas na equipe foi reduzida, forçando alguns funcionários a acumularem múltiplas funções. Os trabalhadores da limpeza foram os mais afetados, sendo obrigados a cumprir jornadas de 12 horas diárias.
[[link]]Comparação com outros eventos[[link]]
O que mais indignou os desenvolvedores foi o fato de que eventos menores oferecem suporte muito superior ao que foi visto na Gamescom Latam.
Outros festivais garantem infraestrutura adequada e auxílio financeiro para os expositores independentes, enquanto a Gamescom Latam parece não fazer isso por escolha própria, e não por falta de recursos.
[[link]] Posicionamento da Gamescom Latam [[link]]
Em comunicado ao Voxel, a organização do evento respondeu às críticas. Segue o comunicado deles:
“A gamescom latam é uma grande conquista para os desenvolvedores de jogos do Brasil e da América Latina. Agora incorporado à edição latina do maior evento de games do mundo, o BIG Festival, que nasceu com o propósito de promover e dar visibilidade a jogos indies, ganha ainda mais notoriedade internacional e aumenta a exposição de projetos de desenvolvedores independentes. O mesmo também acontece com jogos do Panorama Brasil, que visa valorizar produções nacionais.
O formato de participação do BIG Festival se mantém o mesmo desde sua concepção em 2012: a presença dos selecionados é gratuita e não exige presença física no evento.
Caso os estúdios do jogos selecionados optem por comparecer, recebem credencial B2B e até 2 cortesias de público. A gamescom latam fornece ainda toda a estrutura necessária: bancada, internet, equipamentos, montagem e desmontagem da estação, além de suporte ao público para testar os jogos.
A participação dos convidados ao Panorama Brasil é gratuita e voluntária, porém exige presença física obrigatória no evento. Todos os selecionados recebem previamente o manual do expositor, que detalha as regras de participação e exige que o espaço não fique vazio.
Para garantir isso, cada estúdio participante recebe até 4 credenciais de expositor, permitindo formar uma equipe para manter o funcionamento adequado do espaço e da área como um todo.
A gamescom latam também disponibiliza a estrutura, incluindo banquetas, eletricidade e internet, enquanto os participantes são responsáveis pelos equipamentos, montagem e desmontagem do espaço.
O evento conta ainda com a Indie Area, um espaço dedicado a jogos indie, mas com um formato diferente: nessa área, os espaços são comercializados, e os participantes se tornam clientes, seguindo as regras gerais dos expositores do evento.
Além disso, há a possibilidade de desenvolvedores indie participarem do evento por meio de um expositor oficial. Nesses casos, a organização do espaço é feita pela marca expositora, não pela gamescom latam, sendo ela responsável por fornecer manual de boas práticas aos expositores.”
[[link]] Fonte principal sobre o caso [[link]]
Além do vídeo apresentando nesta notícia, caso você queira saber onde foram retirados estas informações deste conteúdo, confira a notícia do TecMundo sobre o assunto. Lá existirão entrevista com alguns desenvolvedores que participaram do evento.
[[link]] Esperamos mais mudanças [[link]]
Os relatos sobre a Gamescom Latam 2025 mostram um cenário preocupante para os desenvolvedores brasileiros. A falta de suporte, as condições precárias e a ausência de transparência nas premiações levantam dúvidas sobre o compromisso do evento com a comunidade indie.
Nós da GameFoxHub estamos tristes com o ocorrido e consideramos vergonhoso que um evento de tamanha escala não consiga oferecer o mínimo de estrutura para os desenvolvedores, priorizando apenas o ganho monetário próprio.
Acompanhe a GameFoxHub para mais notícias e análises sobre o mundo dos games. Se curtiu esta matéria, confira também nossa reportagem sobre a resposta da Gamescom Latam às críticas.
Nota do Crítico
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